segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"ANSELMO"

Havia no interior, isso a muitos anos um tal de Anselmo, muito cuidadoso com sua aparencia, com sua fisionomia, afinal, com tudo que representasse sua pessoa. Sua roupa tinha que ser bem passada, Deus nos livre se tivesse alguma mancha na camisa. Seu cabelo sempre bem aparado, seus sapatos bem lustrados, enfim, ele queria sempre estar bem apessoado quando estivesse em público.
No sábado a noite seu amigo Juca o aguardava impaciente sentado no sofá a algumas horas para irem juntos ao baile da vila. O tal de Anselmo nada de sair de frente do espelho se ajeitando. O Juca sabendo da mania dele, foi até a cozinha, fez um mate topetudo, encheu uma térmica com água quente e foi sorvendo o "verde". Secou aquela térmica, esquentou mais uma chaleirada e continuou a matear.
O Anselmo dele se arrumar.
Longas horas depois ele chegou em frente ao Juca e perguntou:
- Como tá meu cabelo?
O juca já tapado de nojo da demora inventou de dizer:
- Tá um pouco torto do lado direito...
Prá quê; Lá se foi o Anselmo prá frente do espelho novamente.
Mais duas horas depois ele estava pronto para ir ao baile e saíram na escuridão.
Como iam a pé viram os carros passarem por eles, depois pessoas e quando iam chegando no salão os músicos tocavam aquela música famosa informando o fim do baile:
"Ai, ai, ai, ai, já está chegando a hora,
O dia vem clareando meu bem
E eu tenho que ir embora".
O Juca bravo como nunca pensou:
- De novo perdemos o baile, mas tambêm o homem não se arrumava nunca, deu nisso.

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Santa Rosa, Rio Grande do Sul, Brazil
Funcionário Público federal que andou 29 anos por esse interior do Rio Grande do Sul

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